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ÓBIDOS - A expressão significa andar por aí com a intenção apenas de se distrair, sem compromisso de horário, sem destino certo, ou como diz Caetano Veloso na música “Alegria Alegria”, “caminhando contra o vendo, sem lenço e sem documento”. Observação oportuna: para muitos, o lenço é um dos últimos vestígios do cavalheirismo, pois os homens os carregam para as mulheres, quando elas choram...
Ou seja, “bater pernas” é sair sem objetivo definido, podendo ser uma ida às compras, visitar um amigo ou ear nos recantos da cidade, em lugares bonitos que ela tem, que jamais são notados quando a pessoa está ao volante do carro, atento à buraqueira das ruas ou tentando escapar das loucuras do trânsito, cada vez mais caótico e incivilizado.
Não existe registro de como ou quando surgiu essa expressão, que é meramente figurativa, de puro contexto popular. Pode até mesmo ser considerada uma gíria, uma expressão idiomática, visto que o sentido literal dos termos - "bater” e “pernas" - não é exatamente o que ocorre na prática, pois ninguém caminha batendo uma perna na outra...
Em muitos lugares do Brasil é comum ouvir frases do tipo: “Já vai bater pernas por ai”? “Vamos bater pernas no shopping hoje”? “Estou de folga do trabalho e vou tirar o dia para bater pernas” ou “nas minhas férias, vou viajar e bater pernas pelo mundo”. Mas o que isso significa exatamente? Em resumo, essa expressão coloquial quer dizer andar a esmo ou como diz a turma mais jovem, dar um ‘rolê’ pelos lugares mais badalados.
A verdade é que a origem certa dessa expressão permanece desconhecida. Pode-se especular que ela surgiu a partir da observação sobre o ato mecânico de caminhar, quando alguém movimenta as pernas - só que, ressalve-se novamente – no ato de caminhar ninguém, nem de forma inconsciente, bate as pernas uma na outra.
Outra versão propala que sua origem seria uma possível analogia com o movimento repetitivo dos pássaros ao “baterem as asas”. Mas como os humanos se locomovem com os membros inferiores, “bater pernas” ou a ser usada para representar figurativamente o deslocamento sem objetivo pré-definido, sem ligar para o Waze ou o GPS.
Ana Cristina da Costa e Jorge Fernando Ribeiro Trindade compam o excelente samba intitulado “Batendo Perna”, cujo trecho aqui transcrito bem traduz o espírito despreocupado de quem segue sem rumo, livre e leve de quaisquer compromissos: “JÁ BATI DE FRENTE // PERDI E GANHEI // TAMBÉM TEVE GENTE // QUE INCOMODEI // MAS DE MÃO BEIJADA // JURO GANHEI NADA // POR QUALQUER PARADA EU NÃO ME CURVEI // POR ISSO TÔ BATENDO PERNA // TÔ BATENDO PERNA // TÔ BATENDO PERNA...”.
O poeta, ficcionista, tradutor e crítico literário gaúcho Carlos Nejar, membro da Academia Brasileira de Letras, na conversa que teve com André Argolo (participação no PublishNews), fala da sua solidão, de seus livros e da sua enorme vontade de “bater pernas pelo País e falar o quanto puder, de poesia, assunto de sua vida inteira, em conferências, palestras, onde for”. No caso, tanto os dois compositores, como o imortal da ABL, usaram a expressão com o mesmo e intencional sentido: sair por aí sem preocupações, para fazer o que lhes der vontade...
(*) O autor é advogado, escritor, palestrante, poeta e memorialista. É membro da Academia Paraense de Letras, da Academia Paraense de Letras Jurídicas, da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Artística e Literária de Óbidos, da Academia Paraense Literária Interiorana, da Confraria Brasileira de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós e da União dos Juristas Católicos de Belém. Escreve às terças-feiras para blogs e jornais de Manaus, Santarém, Óbidos, Belém, São Paulo e Maringá.